Moradores do bairro Clarice Athayde tornaram pública a insatisfação com a administração municipal depois que uma obra foi deixada pelo caminho. A Academia de Saúde, resultado de convênio com o governo federal, seria destinada à promoção de atividades de estímulo à vida saudável na comunidade.

“Eles haviam fechado (o espaço) com madeirite, mas depois arrancaram e nem o vaso sanitário tem mais. Há dois anos está parada, assim como uma UPA que começaram e agora está no meio do mato”, disse a dona de casa Neuza Xavier à reportagem de O NORTE, que esteve no local.

Já Heidy Ribeiro Almeida usou as redes sociais para reclamar e, acompanhada do vereador Fábio Neves (PSB), questionou o poder público sobre a situação. De acordo com Heidy, o valor anunciado para execução da obra é de R$ 250 mil. No local há utensílios domésticos que indicam que pessoas estariam utilizando o espaço como abrigo.

“Aqui tem todo tipo de lixo. Jogam camisinhas, usam drogas, peças foram roubadas, é um verdadeiro abandono. O Brasil está cheio disso. Mas as pessoas são acomodadas. Acham que o dinheiro cai do céu. Cada coisa que a gente compra está pagando isso aqui. Eu quero ver funcionando”, declara.

“Fomos acionados pelos moradores que não sabem mais o que fazer. Poderia ser um espaço público para o bem comum. Vereador não faz obra, mas é obrigação do parlamentar fiscalizar o poder público. Vamos ao Ministério Público para dar ciência da situação e enviamos uma notificação ao município para que o direito da população seja respeitado”, explicou Fábio Neves.

SEM INTERESSADOS
O vereador Ailton do Village (PHS), que atua pela região, também reclama da ausência de informações. Ele diz ter procurado o Executivo várias vezes, recebendo sempre a mesma resposta – a de que não houve empresa interessada em executar a obra.

“Já caminham para mais um processo licitatório, mas não têm ideia de quando ela será concluída. Esta semana enviei ofício ao prefeito pedindo ao menos uma explicação. O que foi investido foi perdido”, diz Aílton.

Na Secretaria de Saúde, o responsável pelo setor não estava no local para informar o valor gasto até o momento. A titular da pasta também não foi encontrada para responder aos questionamentos.

Já o secretário de Infraestrutura e Planejamento Urbano, Guilherme Guimarães, informou que a obra é fruto de um convênio que contempla outras cinco Academias de Saúde que estariam em andamento e que para concluir são necessários aproximadamente R$ 80 mil.

Ele confirmou que as licitações foram abertas e para a obra do bairro Clarice Athayde, especificamente, foram todas consideradas “desertas”, ou seja, não houve empresa interessada.

O secretário não soube dizer qual o motivo e informou que o município vai propor outra licitação. Ele acrescentou que não há dinheiro em caixa e que o recurso é enviado à medida em que a obra é executada. “Não há previsão para o serviço ser feito”, concluiu.

Fonte: onorte.net