Afluente, que já abastece outros municípios, está com apenas 12% de sua capacidade hídrica
21/11/2019 – 13h50
Leito do rio Pacuí, que é afluente do São Francisco, reflete a escassez de água na Norte de Minas
Uma comitiva de representantes dos municípios que são abastecidos pelo rio Pacuí se reunirá, nesta quarta-feira (20), com o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, Germano Vieira, para tentar barrar a outorga autorizada à Copasa para levar água a Montes Claros.
A situação do rio é crítica. Com a falta de chuva, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) declarou situação de escassez hídrica em parte da bacia do Pacuí, que está com apenas 12% da sua capacidade.
A Copasa começou a captar água do rio Pacuí para abastecer a maior cidade do Norte de Minas, prometendo o fim do racionamento hídrico. Contudo, o projeto durou apenas 14 meses, obrigando, assim, a volta do rodízio.
Desde o início da divulgação do projeto, ambientalistas, prefeituras e população foram contrários à ideia, uma vez que o rio não suportaria abastecer Montes Claros. O Pacuí já é responsável pelo abastecimento de São João do Pacuí, Mirabela, Coração de Jesus e São Romão.
“A principal demanda desta reunião é parar a captação que está sendo feita pela Copasa. Nosso povo está sofrendo demais, pois o Pacuí é nosso único recurso hídrico, sendo um dos principais afluentes do São Francisco”, ressalta o ambientalista Jardeson Oliveira Ribeiro, responsável pela comitiva do município de Coração de Jesus.
PROPOSTAS
Ainda segundo Jardeson, a comitiva apresentará ao secretário Germano Vieira propostas de revitalização das bacias dos rios da região Norte de Minas, como a criação de barraginhas.
Por conta da determinação do Igam, haverá redução da captação diária em 20% para consumo humano e abastecimento público; 25% para irrigação; 30% para a indústria e 50% para as demais destinações.
Montes Claros enfrenta novo racionamento desde domingo
Desde o último domingo, a Copasa retomou o racionamento de água em Montes Claros. Isso ocorre pouco mais de um ano após suspensão do rodízio que prevaleceu de 2015 a 2018 na cidade.
A restrição vem sendo feita em dias alternados, com 24 horas de interrupção, e prevalecerá por tempo indeterminado.
A expectativa da Copasa é a de economizar a captação de 300 litros por segundo (l/s) de água da barragem de Juramento, que atingiu, na semana passada, 13,30% de sua capacidade, apenas 0,4% acima da menor média histórica, registrada em dezembro de 2017. O rodízio deve ser suspenso somente se a barragem alcançar 50% da capacidade.
Fonte: onorte.net