Pendências com transferências de jogadores podem causar diversas sanções; só o Al-Jazira cobra cerca de R$ 45 milhões pela negociação de Thiago Neves
Além da enorme queda de receita, com um orçamento de apenas R$ 80 milhões em 2020, dos quatro meses de salários atrasados, da disputa da Série B do Brasileirão e de enfrentar processos na Justiça, o Cruzeiro ainda tem um problema gigantesco: mais de R$ 97 milhões de dívidas na Fifa.
O SUPER.FC teve acesso, por meio de fontes policiais, a um documento que mostra, em detalhes, a delicada situação da Raposa com a entidade máxima do futebol mundial. Por conta de várias sentenças envolvendo diversas transferências de jogadores, entre elas as por falta de pagamento, como as contratações de Riascos junto ao Morelia-MEX, Rafael Sóbis junto ao Tigres-MEX, Arrascaeta junto ao Defensor-URU, e Denilson junto ao Al Wahda-EAU, ainda não pagas pelo clube mineiro, o Cruzeiro tem uma dívida na Fifa de R$ 95.949.438,61.
Além disso, a reportagem apurou que os custos de todos os processos também ficam por conta do clube mineiro. Esta quantia é de R$ 1.838.250. Com isso, caso seja condenado em última instância, o Cruzeiro terá que arcar com mais de R$ 97 milhões.
A Raposa será julgada em última instância até março por conta da dívida. A partir do julgamento, terá um prazo de 90 dias para pagar uma parte de dívida: R$ 22 milhões. Caso não pague, poderá sofrer várias punições, dependendo daquilo que será determinado pela entidade máxima do futebol e das condenações.
Entre as punições previstas, mas não confirmadas pelo fato de os casos ainda não terem sido julgados e definidos, o clube pode perder pontos na disputa da Série B, ser impedido de inscrever jogadores ou até mesmo rebaixado, dependendo do julgamento.
Foi feito o contato com a Fifa para saber sobre eventuais punições, mas a entidade não retornou as questões levantadas até a publicação desta reportagem.
A dívida tem o valor superior a R$ 97 milhões por conta da situação envolvendo a transferência de Thiago Neves, contratado em 2017, após rescindir seu contrato com o Al-Jazira, dos Emirados Árabes Unidos, de forma unilateral. O clube árabe acionou o Cruzeiro na Fifa, cobrando 9.052.504,04 de euros (cerca de R$ 45 milhões) alegando que a rescisão foi induzida pelos mineiros. Em julho de 2019, a Raposa venceu a disputa em primeira instância, mas a situação ainda não está definida. O Al-Jazira recorreu e aguarda o desfecho do caso e a influência dos clubes árabes na Fifa pode ser um problema a mais para o Cruzeiro.
Posicionamento
Caso a Raposa vença a disputa com o Al-Jazira, ainda assim, a dívida com a Fifa será superior a R$ 52 milhões. O Cruzeiro informou que, em 15 de janeiro, “efetuou o pagamento de R$ 713.078,46 à Fifa, referente a custas processuais e outros compromissos para o momento”. O clube afirmou não ter “mais nenhum vencimento em janeiro” e “não ter consolidados os números nos outros meses”.
Fonte: otempo.com.br