Duas unidades funcionarão como projeto-piloto
Modelo de gestão compartilhada foi implantado na Escola Municipal Luzia Ferreira, em Santa Cruz de Minas
Duas escolas mineiras vão adotar o modelo cívico-militar, proposto pelo governo federal, em 2020. O Estado foi o único na região Sudeste a aderir ao projeto, que visa a gestão compartilhada de profissionais das áreas de segurança e educação.
O número de instituições a aplicar a metodologia, no entanto, pode aumentar no território. A partir de sexta-feira será a vez da rede municipal de ensino manifestar interesse pela iniciativa. O prazo termina em 11 de outubro.
As duas unidades estaduais serão indicadas pelo Executivo após o Ministério da Educação (MEC) anunciar os critérios de seleção. A partir daí, é preciso que a comunidade escolar (alunos, pais e funcionários) aprove a mudança.
No modelo cívico-militar, profissionais da reserva do Exército atuarão em atividades administrativas. A diretriz educacional, segundo a União, permanecerá nas mãos de professores da sociedade civil.
AVALIAÇÃO
Para especialistas, a proposta precisa ser avaliada. Integrante do Movimento Todos pela Educação, a pesquisadora Catarina Santos diz existir uma falsa ideia de que escolas militares são melhores.
“O que acontece é que elas recebem mais recursos e atenção. Se quisermos melhorar a qualidade do ensino no país, temos que melhorar o financiamento no todo”.
Já o professor Marcos Neira, da UFMG, ressalta que a iniciativa pode ser uma alternativa para mudar pequenas realidades ou problemas de difícil resolução. “Não acredito ser o melhor caminho. A escola tem que ser lugar de diversidade para abraçar o jovem, e o modelo é rígido, mas pode ser usado em locais com alto índice de violência”.
RESULTADO
Em Santa Cruz de Minas, na Zona da Mata, o modelo foi implantado em 2017 na Escola Municipal Luzia Ferreira.
“A evasão escolar diminuiu e a participação dos pais aumentou. Cresceu também a quantidade de alunos que passaram no Enem. Temos psicólogo e assistentes sociais que ajudam a mudar quadros como depressão e indisciplina”, contou a prefeita da cidade, Sinara Campos.
Fonte: onorte.net