O reitor da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Antônio Alvimar de Souza, anunciou na manhã de ontem, por meio de carta enviada à Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que a instituição não irá mais reivindicar o espaço hoje utilizado pelo Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez de Montes Claros (CAS-MOC).

A leitura da carta trouxe alento aos representantes da comunidade de pessoas com surdez da região Norte de Minas e pais de alunos que estiveram presentes na audiência realizada no Legislativo Estadual.

Em agosto deste ano, O NORTE publicou que representantes da comunidade surda em Montes Claros, juntamente com o diretor do Sind-Ute, iniciavam mobilização com receio de perder o prédio, que seria utilizado como almoxarifado pela Unimontes. Na época, o Estado informou que a situação ainda seria estudada.

No fim de agosto, o vereador Daniel Dias (PCdoB) propôs uma audiência para debater o caso na Câmara Municipal. Manifestos também foram realizados no centro da cidade e na porta da instituição.

AUDIÊNCIA
Durante a reunião na Assembleia Legislativa, Pedro Julião Prates, representante de pais de alunos, afirmou que o lugar foi conquistado inicialmente para ser uma escola para pessoas com deficiência e, agora, funciona como CAS.

Um dos cinco CAS de Minas Gerais, o Centro atende a nove superintendências regionais de ensino. A representante da Secretaria de Educação, coordenadora de Educação Especial, Esther Augusta Barbosa, explicou que nunca esteve nos planos da pasta fechar o CAS.

Ela afirmou que o órgão regula o trabalho, inclusive, dos tradutores de libras lotados nessas superintendências e, assim, é importante para a capilaridade do serviço no Estado.

Atendendo à solicitação dos presentes, ela afirmou que vai marcar uma reunião com representantes da comunidade para tratar de políticas da área de educação especial para os próximos anos.

INSTABILIDADE
Os presentes lembraram que não é a primeira vez que uma instituição do Estado reivindica o prédio do CAS em Montes Claros e disseram que isso gera instabilidade ao trabalho da entidade.

Outra cobrança que surgiu ao longo da reunião, colocada pela representante da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos, Lais Cristine Drumond, foi a de inclusão de ações voltadas para a educação bilíngue (português e libras) no Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) 2020-2023, atualmente em discussão na Assembleia de Minas.

Fonte: onorte.net